Monday, March 21, 2011


BIOGRAFIA

Grupo nasceu junto com a história do punk rock nacional

Grito Suburbano - 1982 Coletânea que inaugurou o movimento punk

Na década de 80, a cena Músical paulista assistia a um movimento cultural fortemente influenciado pela ressaca da ditadura. A face extrema desse norte eram as bandas com postura desafiadora e olhar punk - apesar do rótulo hoje ferir tanto aos puristas quanto aos inovadores.

Circulando pela noite paulista, em casas como Madame Satã, Carbono 14 e Espaço Retrô, e no ABC, região no Estado famosa pelos movimentos trabalhistas, vários grupos mostravam um som cru, afastados dos cosméticos tão facilmente audíveis atualmente. Os Inocentes faziam parte desse meio, e nasceram da união de duas bandas da periferia de São Paulo, o Condutores de Cadáveres e o Restos de Nada. O marco inaugural em vinil do punk brasileiro, a coletânea Grito Suburbano, trazia os Inocentes com dois outros ícones da época, o Olho Seco e o Cólera.
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Garotos do Subúrbio - 1985

Há 6 anos com a mesma formação - e 20 de Gibsons plugadas em Marshals -, os Inocentes têm Clemente na voz e guitarras, uma figura já parte da história do punk rock brasileiro, Anselmo no baixo, Ronaldo na outra guitarra, e Nonô na bateria. A nova casa Músical do grupo é a Abril Music, que editou dois CDs dos Inocentes, Embalado a Vácuo, de 1999, e O Barulho dos Inocentes, do ano passado. Ao todo, foram 10 álbuns, alguns por grandes gravadoras, como a Warner, e dirigidos por midas da atualidade, como Liminha (Pânico em SP, de 1986, Adeus Carne, de 1987, Inocentes, de 1989). Até mesmo o Barão Vermelho Roberto Frejat já manejou os faders da mesa de som para o grupo, na produção do disco Inocentes, de 1989.

Um pé na popularidade, outro no underground


Pânico em SP - 1986
Gravadora Warner se interessa pelos Inocentes

Isso tudo só quer dizer uma coisa, que independente da postura aguda do som, os Inocentes sempre tiveram um pé na popularidade. Aliás, esse é o eterno ponto de confronto de bandas que surgiram do cenário punk brasileiro: assim que os Inocentes colocaram suas assinaturas em um contrato com a Warner, ganharam o notório carimbo de "traidores do movimento". Assim como outros tantos, os Inocentes já nem gastam mais saliva para falar no assunto. O fato é que o EP (disco menor que um LP em números de faixas) Pânico em SP foi o primeiro disco de punk distribuído por uma multinacional fonográfica.

E se isso tivesse sido um problema, teriam sido na realidade três, pois a Warner lançou mais Adeus Carne, de 1987, e Inocentes, de 1989. Algumas das músicas do grupo que permanecem na memória da década de 80: Não Acordem a Cidade, Pânico em São Paulo, Pátria Amada e Garotos do Subúrbio.


Inocentes - 1989
Último pela Warner, produzido por Frejathttp://www.blogger.com/img/blank.gif

Logo depois, voltaram para uma camada mais subterrânea de negócios, fhttp://www.blogger.com/img/blank.gifora das multinacionais, que já viraram alvo das alfinetadas dos Inocentes. Estilhaços, Subterrâneos e Ruas foram produzidos nessas condições, ao longo dos cinco anos seguintes, até 1998, quando a Abril Music acertou com Clemente e gang. Aliás, como um item nostálgico de colecionador, recentemente a banda masterizou em CD uma antiga demo tape de 1985, na realidade o ingresso para a Warner: chama-se Garotos do Subúrbio. Outra curiosidade é que o intermediador informal do negócio todo com a gravadora foi Branco Mello, do Titãs.

Outra história

Barulho dos Inocentes
- 2000
O mais recente trabalho, com participações especiais

Bem, quase 16 anos depois da demo registrada no estúdio de 8 canais, a história é outra. A banda já colocou sua marca sonora nas telas em curtas como Opressão, média Punks e longa Cidade Oculta. Mixaram sua bagagem com a dita vertente alternativa paulistana da MPB, em versões punk de músicas como Pesadelo, remodelaram Pânico em São Paulo para a sonoridade de Thaíde e DJ Hum em Testemunha Ocular, além de uma Intolerância com X, do Câmbio Negro.

O trabalho atual, Barulho dos Inocentes, deixa transparecer a maturidade ideológica e Músical do grupo. Além de Clemente, Nonô, Ronaldo e Anselmo, o disco traz participações de músicos convidados como Jota Moraes, que conduziu um arranjo de um quarteto de cordas para a canção Quanto Vale a Liberdade, além de DJ Branco, ex-Pavilhão 9, na música Periferia.

Por Ricardo Ivanov, Redação Terra.

1 comment:

Churrumina said...

Prefiro Excomungados com Bispo Xines, Pekinez Garcia, Gabriel Sossai e convidados no palco, mas até que a banda é legalzinha!

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